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Preocupação com o meio ambiente ou engodo?

02/11/2012

Eu era garoto e ia com o meu saudoso pai ao armazém.

Ficava encantado com as latarias e garrafas de vidro cuidadosamente arrumadas nas prateleiras atrás do balcão, forrado de mármore. À frente ficavam as sacarias com os cereais. Arroz, feijão e outros ficavam em sacos de sisal ou de algodão com a boca enrolada. Haviam ainda as batatas acondicionadas da mesma forma tudo servido em sacos de papel e pesados em uma balança de balcão. Banha e manteiga em latões eram embalados em papel celofane.

Uma vez fechada a conta, era feito um embrulho em papel manilha amarrado com uma corda fina e resistente de sisal. Um pacote bem feito e com uma alça para facilitar o transporte. Sacolas de lona ou de palha transportavam  mercadorias mais frágeis.

Cresci um pouco e fiquei encantado com um “Peg Pag” inaugurado também perto de casa. Era uma nova forma de atender. Ou de não atender. O próprio “freguês” servia-se e se dirigia ao caixa. Muito mais rápido e eficiente. E esta tendência se firmou. Acabaram-se os armazéns.

A forma de embalar teve que se adaptar aos novos tempos. Os sacos de papel foram substituídas pelos de plástico, que permitem inspecionar melhor o conteúdo das embalagens. Papelão deu lugar ao isopor. Tudo muito “moderno”. As sacolas de lona ou de palha cederam lugar às sacolas de plástico.

Hoje chegou-se à conclusão de que a nova forma agredia ao meio ambiente. As sacolas plásticas que substituíram as de lona e de palha agora são proibidas… Certo. E o resto? Temos ainda as embalagens de cereais, açúcares e farinhas em sacos plásticos. O isopor recoberto de película plástica continua existindo para acondicionar carnes e legumes. Sacos plásticos continuam sendo utilizados para acondicionar verduras, batatas, cebola. Estas embalagens são boas para o meio ambiente?

Se queremos contribuir para o meio-ambiente devemos proibir a forma de comercialização e exigir a volta dos velhos e eficientes armazéns de esquina, com embalagens totalmente biodegradáveis.

Abaixo os supermercados por um meio ambiente melhor! Devemos exigir a volta dos armazéns e empórios da esquina de casa!

From → Sociedade

6 Comentários
  1. A proibição das sacolinhas plásticas foi a maneira que arrumaram para aumentar o lucro dos supermercados e só isso!

  2. Thais M. permalink

    Reblogged this on minimalidade and commented:
    🙂

  3. acho que era engodo mesmo.

  4. Maturbuk permalink

    Muito bem observado! Inclusive, aquelas cooperativas “minimercados”, com aquele distintivo de duas árvores nos sacos de papel. Ainda peguei essa fase, e ninguém reclamava que era “pesado” levar aqueles sacos, ou que era nada “moderno” ou anti-higiênico. Sacos de lixo eram comprados e acondicionáva-se lixo até estourar, tinhamos que aprender a economizar. Hoje, aos 28 anos e vendo esse monte de sacolas perduradas com lixo nas casas, cheias de PETs pulando para fora do saco, entendo o que aquelas “duas árvores” significavam!
    Aqui, já caiu o projeto das sacolas “recicláveis”, pois as redes de mercados dizem que “não deu certo”. Sim, talvez porque estavam faturando em cima de um produto “biodegradável” que sai muito mais barato do que a produção das sacolas comuns – apesar do que ainda não entendi no que o “plástico” é mais “biodegradável” do que o plástico – e isso “feria os direitos do consumidor”. Claro! A Natureza vem por último.
    Mas, como foi citado, ainda há milhares de tipos de embalagens que ninguém pensou em substituir… também concordo com a volta da “ráfia”, dos pacotes de cooperativa, armazéns, produtos por peso naqueles tonéis…etc, etc. Muito bom este artigo.

  5. As sacolas plásticas são extremamente úteis e muito aceitas por todos, pela leveza, além do baixo preço. Também costumam ser utilizadas para armazenar o lixo . O importante é expandir a reciclagem. Inclusive de materiais mais rústicos , como barbante de sisal e embrulho de papel, podem e devem ser reciclados. Para tanto aguardamos ansiosamente a execução da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, Lei 12.305 / 2010,
    Newton Almeida http://www.newtonalmeida.com.br

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