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O escritor e o protagonista – Tempos Interessantes

05/14/2011

Tenho um chará inglês:Erich John Easnest Hobsbawn que, como eu, admira muito história e um de seus interesses é o das tradições. Um de seus argumentos é que as tradições são inventadas por elites nacionais para justificar o “status quo” destas nações. As coincidências acabam aqui, pois ele é um historiador de renome, formado na Universidade de Cambridge, em história e com muitos livros publicados.

Nascido no Egito sob a dominação da Grã Bretanha, de pais ingleses de origem judaica, é cidadão britânico. Viveu na Alemanha e de lá saiu quando Aldolf Hitler assumiu o poder. Foi para a Inglaterra onde estudou. De tendências marxistas, juntou-se a um renomado grupo de historiadores britânicos mas, desiludidos com os rumos tomados pela então União Soviética, buscaram estudar e entender a história das organizações das classes populares através de suas lutas e possibilidades de conquistas.

Publicou alguns livros famosos como “Era das Revoluções”, “A Era do Capital” e “A Era dos Impérios”. Mas o livro “A Era do Extremos”, de 1994, na Inglaterra, lhe rendeu prestígio e reconhecimento, sendo seu livro mais recente, publicado em 2002, “Tempos Interessantes”.

Hobsbawn é considerado um dos maiores intelectuais vivos. E ontem esteve na casa do embaixador brasileiro em Londres para se encontrar com Luis Inácio Lula da Silva, quando declarou que nosso ex-presidente “ajudou a mudar o equilíbrio do mundo ao trazer os países em desenvolvimento para o centro das coisas”. Declarou que “Lula fez um trabalho maravilhoso não somente para o Brasil, mas também para a América do Sul”, acreditando que Lula deve se concentrar em diplomacia e outras atividades ao redor do mundo.

Sei que a declaração do respeitado intelectual não será suficiente para mudar a opinião dos submissos seguidores das elites que acreditam na pregação daqueles que ficaram insatisfeitos com a ascenção das classes menos favorecidas mas que sabem, ao contrário de seus subservientes dominados, a verdade que negam. Mas fica aqui a menção ao fato.

Veja a reportagem em (quem diria?) Folha de São Paulo em http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2011/04/13/lula-ajudou-a-mudar-o-equilibrio-do-mundo-avalia-historiador-eric-hobsbawm.jhtm.

From → Sociedade

2 Comentários
  1. Erick,
    Dos livros citados li apenas dois (Era das Revoluções e A Era do Extremos).
    Espero lero o mais recente algum dia.
    Sobre o Lula: Fez mais coisas boas que ruim, é inegável. O problema é que fez mais para a camada da pulação excluídas pelos governos anteriores, inclusive o sociólogo de Sorbone. Eles ficam mordidos quando relembramos isso, porque além de ser a mais pura verdade – reconhecida inclusive mundialmente – mostra a contradição em que vivem os falsos democratas. E aí não tem como escapar: Bem recentemente o mesmo sociólogo (FHC) mandou um recado o seu partido (PSDB) dizendo que para a próxima disputa eleitoral seria melhor esquecer e não disputar os votos dos pobres. Eles querem disputar os votos da classe média, que é e sempre será vacilante ideologicamente. Que disputem. Deixem os pobres com a gente.
    Bem, sobre ter ou não bandidos na esquina da nossa rua, é uma questão de conceituação do que seja bandido. Se for pobre não pode. Se for de colarinho branco, ok. Ta, entendi…
    Como sou do Rio de Janeiro, mas precisamente da Baixada Fluminense, não me preocupo com isso.
    Um abraço.
    Fui!

    • erickfigueiredo permalink

      Obrigado pela tua visita e comentário com o qual concordo pelnamente.
      Sobre os bandidos, posso dizer que são minoria na Baixada Fluminense onde nasci (sou de Nova Iguaçu) e que a maioria por lá é gente boa a trabalhadora.
      O conceito de bandido refere-se às pessoas pobres, pois segundo jurista do STF, o pobre é culpado até que prove sua inocência.

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